Para quem não sabe aonde quer chegar qualquer caminho serve.
Como deixou claro o Gato de Alice no País das Maravilhas, para quem não sabe aonde quer chegar qualquer caminho serve. No caso de uma empresa, a falta de orientação é a condição oposta à sua razão de existir. Porque ela deve trabalhar com metas a serem alcançadas a partir de um planejamento de curto, médio e longo prazo, devidamente registrado e avaliado periodicamente, com critérios técnicos.
As empresas que desrespeitam esses ensinamentos básicos costumam durar pouco, por falta de coesão e comprometimento da equipe. Já as bem-sucedidas costumam ser aquelas que compreendem seus consumidores e estabeleceram com eles relação madura de convivência e de perspectiva de futuro. Assim, utilizam-se do planejamento operacional e tático para alcançar o estratégico, que, por sua vez, foi pensado para ser exequível e não ficar guardado na gaveta.
Por isso, a definição do caminho a ser seguido é resultado de estudos que antecedem a execução do projeto e levam em consideração vários aspectos da realidade e perspectivas futuras. São dados objetivos identificados em análises de conjuntura, abrangendo economia, política, desenvolvimento social, infraestrutura e logística, limites para levantar recursos junto às agências de financiamento, definição de público alvo, tudo alinhado à declaração de missão e valores da empresa, além de uma boa dose de intuição e visão de como será o amanhã em um ambiente globalizado.
• Estabelecer a visão de futuro
As questões básicas são: “Como estará organizada nossa economia? Como serão as condições de educação, saúde, trabalho, moradia, transporte, saneamento e limpeza urbana? Como estará o nosso patrimônio cultural? Como estará o nosso meio ambiente? Como estará a consciência das pessoas, seu nível de organização e participação na vida social?” Aqui não se deve definir o que a empresa fará, mas entender melhor aonde quer chegar, a partir de hipóteses ousadas, embasadas em possibilidades de toda natureza, política, cultural e científica. É um processo de equipe, em que todos devem participar.
A visão deve, portanto, estar acima das diferenças, comprometida com a sustentabilidade e com a democracia. Por isso não estamos falando em emoção, mas em busca de informações para ajustar um foco e estabelecer os valores que nortearão ou continuarão norteando o empreendimento em sua missão. Na hora de estruturar um negócio é preciso analisar racionalmente todos os prós e os contras de sua viabilidade.
Estamos diante de cenários desafiadores, incluindo mudanças de mercado e concorrência cada vez mais qualificada e agressiva. É necessário ser ágil, com portfólio mais amplo de produtos e adequado aos novos consumidores, necessitando, muitas das vezes, remodelar fabricas e forma de atendimento, tornando as mais eficientes e sustentáveis.
• Buscando propostas inovadoras
A inovação deverá ser responsável por garantir a liderança efetiva, com soluções criativas capazes de transformar cenários e superar desafios rapidamente e sem perder o foco em todas as suas áreas de atuação. A inovação poderá ser sustentada por pilares como a visão de longo prazo, maximização de energias globais e redução de riscos.
• Recalibragem
Toda empresa consolidada também precisa recalibrar seus planos e metas, o que deve ser feito periodicamente para evitar desvio de rota, reforçar seus pontos fortes e propor soluções aos problemas que surgiram ao longo do percurso já percorrido. A revisão se deve ao fato de o mercado ser flexível e altamente renovável, seja em decorrência de novas políticas econômicas, da concorrência acirrada, carência de profissionais, mudança de tecnologia, abertura de novos nichos de mercado, aspectos ambientais ou simplesmente por esgotamento do mercado e o clamor do público por novidades.
No balanço periódico, a visão de futuro, que é o primeiro passo do planejamento estratégico, precisa ser recolocada à luz de uma nova reflexão, considerando-se os elementos que passaram a integrar a conjuntura e não estavam presentes na avaliação anterior. Mesmo sabendo que esse processo é um exercício de imaginação, criatividade e sonho, não pode ser induzido por aspectos que perderam a relevância em uma sociedade influenciada por novos paradigmas, muito menos ignorar os novos elementos que chegaram para ficar.
A criação de novos produtos também exige um exercício de reflexão à parte na colocação deles no mercado, sem que percam a sintonia com o planejamento estratégico da empresa. O diagnóstico do mercado precisa ser aprofundado, com o mapeamento de nichos de consumidores e seu potencial de consumo, bem como o estudo da linguagem adequada para evitar erros de abordagem, o que envolve aspectos culturais e identificação de demandas reprimidas ou que estão sendo criadas. Tudo isso passa pela compreensão da sociedade, seus valores morais, desejos e ambições.
• Consultoria
O planejamento de uma empresa, em todas as suas etapas, é um processo complicado que exige acompanhamento de profissionais. A orientação é que se busque consultoria para evitar erros comprometedores, que se coloque em risco um projeto que tem tudo para dar certo. Há muitas empresas especializadas nesse assunto no mercado brasileiro.
• Para evitar erros fatais no planejamento
1.Analisar clientes potenciais, fornecedores e concorrentes. Com isso, evitam-se surpresas desagradáveis.
2.Procurar um diferencial. Comparar o produto ou serviço com o dos concorrentes. Sem uma vantagem competitiva, as chances diminuem.
3.Estudar a legislação do segmento.
4.Conhecer as normas de segurança, sanitárias e tributárias. Muitas empresas fecham por falta de atenção a esse aspecto.
5.Cuidar das finanças. O equilíbrio entre receita e despesa deve ser constante.
6.Garantir reservas financeiras.
Separar a empresa do empresário. A confusão é comum nas pequenas empresas.
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