6 de jul. de 2011

Itamar e FHC: os pais do Plano Real


 Os 80 anos de Fernando Henrique Cardoso e a morte de Itamar Franco estão servindo de estímulo para a compreensão sobre a importância do Plano Real e acabar com os maus entendidos que tentam ofuscar o maior feito político e econômico da história recente do país. Dilma Rousseff foi clara e correta ao reconhecer, depois de tantos embates eleitoreiros, a grandeza de FHC e sua responsabilidade pela estabilização da moeda e do controle macroeconômico.

O embrião desse processo se deu sob a guarda de Itamar Franco. Por isso é inegável a tese de que ele é o principal responsável pelo Plano Real. Se não tivesse escolhido FHC como Ministro da Fazenda e nem dado a liberdade para sua equipe econômica agir, nada teria acontecido. Itamar tem o mérito de ter tido a força e a determinação de permitir que algo inovador viesse à luz com o seu consentimento.
Portanto, a noção clara do que seria o Plano Real estava nas mãos da equipe econômica formada por FHC. Foi um trabalho complexo, de forte impacto social, mas que só se realizou graças ao domínio técnico surpreendente de seus operadores. A lógica da URV, por exemplo, era impensável até Collor de Mello. Nem mesmo Roberto Campos e Simonsen passaram perto dessa engenharia.
Eles apostaram na indexação como sendo um instrumento de correção monetária que pudesse ser usado por todo mundo, evitando, assim, a desvalorização dos preços e salários. Mas depois de duas décadas insistindo no mesmo erro, tornou-se evidente que o caminho não era aquele. E o Regime Militar morreu de velho deixando a economia pior do que encontrou, apesar de seus avanços estruturais. 
Tancredo chegou como um sonho, mas sua morte abrupta reverteu-se do dia para noite em um novo pesadelo nacional. O governo de José Sarney não consegui estabilizar a economia. Collor de Mello assumiu o país em uma fase aguda, com a sociedade clamando por soluções. O que todos vimos foi um governo tentativas de acertos e erros, que não parou em pé mais do que dois anos.  
Os dois anos seguintes foram salvo pelo grande Itamar Franco, vice de Collor, que agiu com presteza ao perceber que ele era a bola da vez. E soube escalar uma equipe de alto padrão que colocou a economia do país em um novo eixo. A sequência do trabalho de estabilização ficou por conta do próprio FHC, que assumiu a presidência por dois mandatos. 
Homenagear os 80 anos de FHC e prestar reverência ao grande líder mineiro que se vai, são gestos fundamentais, de reconhecimento de dois grandes homens que souberam cumprir com dignidade e visão de mundo a missão publica que o destino e a conjuntura os delegaram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário