22 de mar. de 2010

PLANEJAMENTO E DIÁLOGO SÃO AS BASES PARA UMA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

No plano do humor, pode-se dizer: se der tudo errado, chame o louco! Em um jogo de várzea, o louco seria aquele reserva esquisitão, com coragem de levar o adversário no peito para chegar ao gol, quando a partida está nos últimos minutos do segundo tempo. No plano empresarial, não existe espaço para o personagem que se arrisca sem parâmetros razoáveis, principalmente em um mercado que requer estratégias claras e coerentes para que o negócio mantenha-se sob controle.



Por isso, se as coisas não andam como o esperado em sua empresa, não adianta pensar no louco, e sim, é preciso recalibrar seu plano de ações de acordo com o cenário econômico do momento. Os ajustes fazem parte do jogo. Mas se você não tem uma estratégia desenhada e caminha sem uma “bússola”, apostando na própria sorte, está na hora de pensar seriamente nesse assunto e dar graças por ainda estar em pé, por não estar perdendo de goleada.

Que o mercado anda instável, não é novidade para ninguém. Novas bolhas se vislumbram na economia global, com consequências imensuráveis. A tendência, portanto, é de flutuações constantes em todos os setores da economia, no Brasil e alhures. Mesmo assim, é possível desenvolver mecanismos que minimizem situações extremas, que dão margem a decisões no escuro. O planejamento estratégico existe para isso.
Pode-se dizer, sem dúvida, que muitas empresas de grande porte, acostumadas a desenvolver planejamentos estratégicos rigorosos, também foram perturbadas com a recente crise financeira, que não estava no script. É verdade. No entanto, a maioria sobreviveu, porque tinha um norte e estava embasada interna e externamente em missões que correspondiam a uma necessidade do mercado. Por isso, foram obrigadas apenas a radicalizar no ajuste de suas metas.
Para dar esse salto organizacional, e trabalhar com um pouco mais de previsibilidade, a empresa precisa se sentir um time, discutir internamente suas limitações para ter clareza de seu potencial, estudar o mercado para definir qual será o seu jogo e jogar em busca da superação constante. O empreendedor, nesse terreno, precisa se abrir, sem deixar de se proteger das ameaças naturais de um mercado competitivo, em que os próprios colaboradores podem ser seus futuros competidores. Por outro lado, não pode desperdiçar as potencialidades individuais, que precisam ser usadas a favor do projeto que comanda.
Flexibilidade é uma palavra chave nesse processo. As portas para o desenvolvimento humano precisam estar sempre abertas. Todo colaborador que queira crescer, não deve se prender a barreiras e sim, superá-las. Essa superação é sempre salutar, porque corresponde também a um estímulo para a superação de toda a equipe. A contrapartida, para aquele que almeja ampliar sua remuneração, deve ser a ampliação do resultado dos negócios, seja com mais vendas, com a descoberta de novos mercados, o desenvolvendo novos produtos, a criação de mecanismos que reduzam desperdícios, enfim, formas de ganhos mensuráveis e compartilháveis.
O empresário também não pode mais se achar uma ilha. Pois sempre que se fecha em padrões antiquados, com a autoridade de outrora, perde oportunidades de melhorar seu desempenho e crescer com a equipe. O pessoal foge em busca de empresas mais organizadas e respeitadoras de talentos. A ilusão do poder, aos moldes antigos, é o melhor caminho para ficar parado no tempo e esmorecer, gradativamente.
As crises surgem, ameaçam e se vão. A empresa precisa aprender a navegar na onda da incerteza e sobreviver. Patrões e colaboradores precisam se desafiar, sempre tendo em vista o crescimento individual e coletivo, que repercute diretamente no crescimento dos negócios. Para essa dinâmica ganhar força, não se pode perder de vista um bom planejamento estratégico e uma gestão empresarial viva e pulsante, baseada no diálogo, valorizando sempre as pessoas, para que elas se ajustem aos novos tempos. Com um time assim, mesmo diante da maior crise, jamais o técnico precisará chamar o louco.

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