23 de abr. de 2010

FAMÍLIA S/A

Sucessão e o futuro da empresa familiar
Você, já pensou como fará a transição na sua empresa? Qual o momento certo para pensar nisto? Esta decisão deverá acontecer quando o fundador entender que seu ciclo de contribuição deve ser fechado, atribuindo outras atividades na sua vida, como lazer, relaxamento, social etc. 
Há casos também em que a decisão de profissionalizar a gestão da empresa ocorre por problemas de saúde ou mesmo da compreensão de que é preciso trazer ajuda externa para manter a sustentabilidade dos resultados. A competência deve ser prioridade no momento de sucessão, seja operacional, administrativa ou técnica. Em muitas empresas, os filhos vão sendo gradativamente preparados.
A decisão, portanto, deve estar relacionada muito mais à capacidade de geração de resultados do que à consideração de parentesco, em qualquer grau. Assim, cabe ao empresário fazer o planejamento da sua sucessão. No planejamento, características como personalidade, formação escolar, experiência profissional e a vontade de exercer a liderança como sucessor deve ser considerada.
O ideal é que as empresas iniciem o planejamento em um período de, pelo menos, quatro ou cinco anos antes da sucessão. E, se possível, inclua um rodízio entre as diferentes áreas da organização para proporcionar ao sucessor uma visão geral da empresa. Caso a organização opte por um membro da família que ainda não esteja preparado para assumir as responsabilidades de um cargo de alto comando, a empresa estará fadada ao fracasso se não prepará-lo. Atualmente, muitas escolhas erradas das empresas levam-nas à perda de sustentabilidade dos negócios, inclusive a falência.
Diferentes realidades
Toda e qualquer empresa, independente do seu porte ou ramo de atuação, deve preocupar-se com o processo sucessório, inclusive as micro, pequenas e médias empresas. Cada vez mais os empreendedores vêm tomando conhecimento de que as organizações precisam ampliar o nível de consciência quanto à sucessão de seus fundadores e/ou proprietários.
Qual período indicado para início do processo sucessório
É na adolescência do sucessor o período ideal para se realizar o início do processo sucessório. O momento de preparação deve começar, prioritariamente, com o respeito ao adolescente, que não deve ser forçado ao processo de sucessão. Quando ele apresentar interesse em participar da transição, o primeiro passo é conhecer o seu perfil pessoal, para identificar os cargos na empresa com os quais ele tem mais aptidão.
É a partir deste momento que a formação e a experiência profissional devem ser aplicadas, inclusive fora da empresa.
Outro fator importante nesse processo é o papel da família. Ela pode influenciar positiva ou negativamente. Para evitar esta última, devem prevalecer as reais necessidades da empresa e das partes envolvidas sobre os interesses individuais ou de pequenos grupos.
O fator “felicidade do sucessor” deve ser levado em conta, buscando o seu adequado encaixe na organização e sucesso profissional. Porém, nem sempre todos os esforços são recompensados e, caso o sucessor da família não queira entrar para a empresa, há quatro alternativas básicas para buscar este processo sucessório.
Alternativas
Contratar um gestor competente, buscar um novo sócio, abrir o capital da empresa ou vendê-la. Cada gestor deve definir e implementar a melhor alternativa para o seu caso particular.
A importância da estrutura familiar
O CEDE (Centro de Estudos de Direito Empresarial) realizou um levantamento, em 2003, que apontou que em um grande grupo econômico sempre há presença de uma estrutura familiar. Cerca de 35% das maiores empresas do mundo são controladas por grupos familiares.
No Brasil, dos mais de 300 grupos privados, pelo menos 270 são empresas familiares. Estas são responsáveis por 21% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, segundo o estudo. Nestas empresas, 33% passam da primeira para a segunda geração e 50% destas realizam a sucessão para a terceira geração.

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